domingo, 29 de abril de 2012

Nossa Luta Pela Transposição - 20



Oi, minha gente.


Publicamos abaixo, fala do Senhor Governador do Estado da Bahia, onde enfatiza a sua preocupação com a seca que assola o estado  e externaliza a sua solidariedade.



Governo intensifica ações de combate aos efeitos da seca no Estado

No programa de rádio desta terça-feira (17), o governador Jaques Wagner retoma o assunto da seca que atinge municípios de várias regiões do Estado. Ele fala de sua preocupação com a assistência às pessoas atingidas e informa sobre as ações adotadas para combater os efeitos da estiagem. “Quero mais uma vez aqui externalizar a mais absoluta solidariedade ativa, não só do governador, mas de toda estrutura do governo”.
“A seca, hoje, é a minha maior preocupação”, afirma Jaques Wagner, informando sobre as medidas que o governo do Estado, com o apoio do governo federal vem adotando, para enfrentar a situação. Entre as iniciativas, ele destaca o investimento de R$ 200 milhões no Aquífero Tucano, uma bacia de água doce voltada para o consumo humano e para a irrigação da plantação, que deve ser inaugurada ainda este mês e que vai beneficiar a região do nordeste do Estado.
“Essa seca, que já vem de três anos, vai se configurando como a mais dura dos últimos 40 anos”, diz. O governador fala de outras obras estruturantes em andamento, como as adutoras do Feijão, do Algodão, de Pedras Altas e de Ponto Novo, que vão abastecer milhares de pessoas, além do programa Água para Todos, que há cinco anos tem abastecido a população de diversas regiões do interior baiano.
Segundo Wagner, o governo federal tem comparecido – na semana passada cinco ministros estiveram na Bahia vendo o que poderia ser feito para amenizar o sofrimento do povo -, “Devo reivindicar mais, porque a situação nossa já é de calamidade, com mais de 200 municípios com situação de emergência decretada”. Ele pede também o apoio da população, principalmente aqueles que ainda dispõem de algum abastecimento, para economizar água até que a situação se normalize.

Junto do povo - O governador fala de outros projetos do governo nos municípios do Estado e afirma que já é conhecido como o governador que mais visita o interior. “Entendo que para governar bem é preciso estar junto do povo, perto do problema, ouvindo um pedido ou uma reclamação”. Na semana passada ele esteve em Barreiras, onde assinou ordem de serviço para obras de acesso ao campus da Universidade Federal da Bahia.
Também no oeste baiano, ele visitou o município de Luís Eduardo Magalhães, onde entregou uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA24h), construída em parceria com o governo federal, e autorizou obras de sinalização vertical da cidade. “Adoro ir para o interior”, diz, informando que esta semana entrega obras de recuperação de estrada à população do município de Bonito.
O governador fala ainda de sua participação, nesta segunda-feira (16), da abertura, no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, do Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel. Enfatiza que o Brasil é o país com a matriz de energia mais limpa do planeta e diz que a Bahia se destaca nesse contexto, com um potencial muito grande para a produção de biocombustível, além das hidrelétricas do Rio São Francisco e da energia eólica.
O governador diz que a Bahia é o segundo maior do País no campo de energia eólica e que o Estado vai desde a biomassa, passando pelas energias tradicional, hidráulica e dos ventos, “Portanto, o nosso esforço é para garantir o desenvolvimento com sustentabilidade, protegendo o meio ambiente e gerando emprego para suprir também o problema na área social”.


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Sabemos da real preocupação do Governador Jaque Wagner com a condição do povo da Bahia, principalmente nas áreas mais atingidas pela seca, sabemos do seu esforço com as soluções de curto prazo como as adutoras de Algodões e Pedras Altas entre outras, sabemos dos esforços que tem desenvolvido na direção da captação dos recursos necessários para minorar o sofrimento das populações  do sertão,porém, o que mais esperamos do nosso governador é dar o pontapé inicial nos grandes projetos que farão a Bahia ter um melhor preparo futuro para a convivência com a seca, que sempre virá, mais dia menos dia, mais um ano, menos um ano, mas virá.  Grandes açudes, governador, interligados por canais e adutoras. Revitalização e proteção dos rios mais importantes para o futuro do povo da Bahia. Manter conservada e protegida a grande artéria que vem de regiões de pluviometria mais constante, nos trazendo a água da vida , que é o Rio São Francisco, que tem de ser zelado e tratado como tratamos os nossos pais e filhos. É isso que esperamos de quem confiamos os nossos votos.
Temos grandes dúvidas sobre o uso em larga escala das águas do grande aquífero de Tucano. Com a retirada de 3% ao ano, em dez anos teremos uma caverna gigantesca, um oco de 30 % do seu  volume, em uma região de pluviometria incerta, para repor águas que a natureza levou milhões de ano para acumular. 
Que Deus, na sua infinita sabedoria e bondade nos proteja e ilumine. 

Nossa luta pela transposição -19 A seca avança.




Oi, minha gente.


São tempos difíceis, mas espero que estejam todos em paz.

A seca avança em grande parte do estado da Bahia, levando desespero e aflição à todos que vivem essencialmente do campo, mas também mostrando os seus reflexos nos comércios de praticamente todas as localidades das áreas atingidas, pois todos os recursos disponíveis  estão dirigidos para as ações de convivência com o flagelo.

Como vimos na publicação anterior, em sensato artigo escrito pelo Engenheiro Manoel Bonfim, que nos foi enviado pelo caro amigo Dr. Juarez Sena, dedicado técnico e dirigente da EBDA regional, em todo o Nordeste brasileiro a Bahia foi o estado que menos se preparou em termos de acumulação de águas em grandes açudes. Não dispomos de grandes adutoras partindo da nossa fonte mais segura e confiável de água de boa qualidade que é o Rio São Francisco, os municípios , por sua vez, não foram estimulados a considerar o abastecimento de água como obra prioritária e também , com algumas raras exceções, estão completamente despreparados para o enfrentamento com a situação, todos loucamente correndo atrás de cestas básicas e carros pipas, heróis do momento.


Sei que o que estou escrevendo será fato esquecido assim que as primeiras chuvas aparecerem, mesmo com todo o rastro de amarguras e prejuízos deixados para trás, porém, não é possível que as pessoas que escolhemos para dirigir os nossos destinos e das nossas famílias ( e este ano teremos eleições municipais ...), continuem a agir como se tudo que os municípios estão passando sejam apenas manchetes de jornais, espaço de presença para aparecerem pessoas sem sensibilidade para com o sofrimento humano, e não procurem enxergar soluções viáveis e definitivas para o problema, que, mesmo sendo caras, serão imensamente mais baratas que a vida  de quem habita no sertão.


Qualquer valor investido em ações positivas que permitam ao homem uma melhor convivência com o fenômeno das secas, terá sempre uma relação custo benefício imensamente favorável.


Enxergo, na minha crédula visão de futuro, obras de perenização para os rios Verde e Jacaré, na região de Irecê. 
Enxergo, a nossa transposição, que é a transferência das águas do Rio São Francisco para as nascentes dos Rios Jacuipe e Itapicuru- Mirim , no município de Morro do Chapéu ( difícil , mas não impossível),resolvendo o problema de 59 municípios em 10 Territórios de Identidade. 
Enxergo a construção de alguns grandes açudes, em rios impetuosos porém temporários, que correm em nossas caatingas, interligados a grandes adutoras oriundas de rios permanentes.
Enxergo o solo fértil da caatinga, permitindo a sobrevivência e o progresso de milhares de agricultores familiares. É só irrigar.
Enxergo, em curto espaço de tempo, a necessidade de uma melhor gestão para as águas do Rio Paraguaçu, extremamente sofrido e combalido, pois no futuro, o abastecimento de água da região metropolitana de Salvador poderá sofrer os mesmos problemas que já se avistam na grande São Paulo.
Enxergo, ações prioritárias e imediatas para conservação e revitalização das grandes bacias de água doce do estado da Bahia, com a obrigatoriedade das matas ciliares em todos os cursos de água, com o tratamento sistemático dos efluentes das cidades e localidades ribeirinhas e a proteção paga e garantida das nascentes. 
Bàsicamente, o que enxergo é um planejamento lúcido a curto, médio e longo prazo, não tão longo que alcance mais 26 anos de outro período mortal de seca, de obras e ações tão propaladas e nunca executadas que nos permitam viver onde escolhemos criar as nossas famílias com conforto e dignidade.    

sábado, 28 de abril de 2012

Nossa luta pela transposição - 18 A seca avança e piora.

Oi, minha gente.


Muitos dias afastado do blog, por força das nossas múltiplas atividades, mas hoje, sábado, 28 de abril, resolvemos tirar o dia para passar a limpo a situação gravíssima em que se encontra o estado da Bahia, ( não só o semi-árido ), em relação  à essa estiagem perversa que está transformando grande parte do estado em lugares difíceis para se viver, ou criar rebanhos, ou produzir alimento ou mesmo beber e outras atividades de rotina onde a água é fator fundamental.




 Para continuar a ressaltar o que já vimos afirmando em todos os artigos anteriores que falam da nossa absoluta necessidade de uma fonte confiável, segura e perene de água de boa qualidade para o consumo humano e animal, publicamos abaixo um artigo do Engenheiro Manoel Bonfim Ribeiro, velho batalhador do DNOCS ( Departamento Nacional de Obras Contra a Seca ), que com muita clarividência ressalta o absoluto despreparo do Estado da Bahia, ao longo de décadas, para conviver com esse fenômeno tão destrutivo, porém que se sabe chegará com certeza, e que ao passar, novamente será relegado ao esquecimento, até que se apresente novamente, para cobrir mais prejuízos e até vidas, como nos mostra a história.
Leiamos o artigo :








A SECA NO ESTADO DA BHIA
Eng. Manoel Bomfim Ribeiro
A seca já se instalou nos sertões do estado da Bahia produzindo os seus efeitos negativos e nefastos sobre a economia dos agricultores.
Não é uma seca inusitada, mas prevista de longas datas pelos estudos do Instituto de Atividades Espaciais-(IAE) de São José dos Campos. Esta previsão foi chamada de“Prognóstico do Tempo a Longo Prazo” Baseia-se em interpolações e pesquisas cuidadosas fundamentadas no histórico pluviométrico da região nordeste. A cada 26 anos ocorre uma grande seca, como aconteceu a de 1979/84 quando o DNOCS e outros órgãos dos estados nordestinos receberam antecipadamente relatórios sigilosos analisando e alertando para o que iria ocorrer. Não é um modelo matemático na acepção do termo, mas um “Método Estatístico de Correlação,” estudo que passou a merecer toda a credibilidade dos técnicos e dos poderes administrativos.
Fizemos, pessoalmente e por curiosidade, uma regressão com o perfil senoidal das secas acontecidas desde a chegada de Tomé de Sousa ao Brasil. A coincidência foi magistral, a cada 26 anos a senóide entra no seu ramo descendente apontando exatamente as secas ocorridas na região em séculos passados. Exemplificamos só algumas: 1582/84-1777/80-1877/80-1930/ 33 1957/59 e por aí vai a ciclometria das secas
Não é uma equação, é um modelo que pode sofre alterações nas datas presumidas das secas para mais ou para menos devido à complexidade da trama atmosférica que foge aos domínios de técnicos, meteorologistas e cientistas. Esta seca instalada agora, sobretudo no estado da Bahia, promete durar todo o ano de 2012 e também por todo o ano de 2013.
Neste estudo procuramos mostrar o sistema ondulatório dos períodos de chuvas escassas indicando a projeção das estiagens que afligem a região.
Analisemos agora o Semi-Árido baiano.
O Semi-Árido dos quatro estados Ceará, Paraíba, R. G. do Norte e Pernambuco somam uma área total de 327.000 km² e o da Bahia sozinho tem área de 320.000 km², praticamente igual. Desde o final do século XIX aqueles estados começaram a luta pela geração de água construindo açudes de maneira obstinada. A seca de 1877/80 foi tirana ceifando 500.000 vidas, 10% da população nordestina que era na época de 5.000.000 de habitantes. Uma grande calamidade. Morriam de fome, sede, tifo, bexiga e outras endemias. Uma grande tragédia registrada na história do Nordeste e jamais esquecida.
Juntar água foi, então, o grande objetivo de todos os nordestinos uma vez que estes reservatórios se tornaram essenciais para melhorar os terríveis efeitos da seca. O açude é um núcleo de vida, de atividade social e econômica, sobretudo nos períodos calamitosos de secas.
A nucleação em torno da açudagem foi de tal importância que os nossos técnicos se tornaram os maiores barrageiros do mundo e ao logo do século XX construíram a maior rede de açudes do planeta Terra, mais de 70.000 açudes armazenando 40 bilhões de m³de água, volume igual a 16 baias da Guanabara. O sertão virou mar.
O Semi-Árido baiano, entretanto, ao longo do século XX, ficou totalmente esquecido pelos governantes apesar da sua mais baixa pluviosidade. Não participou da epopéia nordestina gerando e acumulando água para os períodos inditosos. Não tivemos um programa específico e determinado de construir uma estrutura hídrica.
O Estado já tinha tudo, “Cacau, Petróleo e Paulo Afonso, as riquezas da Bahia”, um jingle eleitoral. O cacau declinou, o petróleo, o maior produtor em terra, é, hoje, o R.G. do Norte e Paulo Afonso é de todo o Nordeste. Construímos, tão somente, cerca de 150 açudes de pequeno e médio porte armazenando 1 bilhão de m³. Toda nossa água armazenada cabe num único açude do Ceará, o Araras que acumula 1 bilhão de m³. Em 1882, há 130 anos passados, o Rio G. do Norte já tinha açude acumulando 600.000 m³ de água. Em 1934 o Ceará já armazenava 1 bilhão de m³ o que hoje acumula a Bahia.
O nosso Semi-Árido possui uma excelente rede filamentar de rios e riachos intermitentes podendo construir um portentoso programa de açudagem, mas nada foi feito.
Vejamos mais, o rio São Francisco banha 850 km no Estado pela margem esquerda, de Carinhanha a Casa Nova e 1300 km pela direita, de Malhada a Paulo Afonso. São mais de 2.000 kmlindeiros, mas não possuímos uma só adutora adentrando-se pelos nossos sertões. O estado de Sergipe, com 250 km de rio, tem 5 adutoras levando água aos seus municípios.
O Semi-Árido baiano se constitui, portanto, na maior solidão hidro geográfica do Brasil.
Não estamos preparados para enfrentar a grande seca de 2012/13. Os nossos administradores foram sempre absenteístas em relação a esta grande hinterlândia baiana. São 269 municípios, 57% da área do Estado carentes de estrutura hídrica.
O programa de cisternas é excelente para as famílias sertanejas, já é um avanço, mas é água domestica, mitiga a sede, mas não gera economia.
Temos, portanto, um Semi-Árido pobre, mas prenhe de riquezas naturais. A caatinga com suas 922 espécies botânicas é um bioma único no mundo. Por ser pouco explorada, esta grande área mantém ainda uma rica vegetação xerófila, verdadeiro baluarte contra a desertificação devido a sua intensa inflorescência para a perpetuação das espécies. Esta rica fitogeografia é um paraíso, o melhor do mundo para o desenvolvimento de um vigoroso programa de apicultura orgânica. O Semi-Árido baiano, este grande sertão dilatado, pode produzir cerca de 120.000 toneladas de mel por ano, três vezes o que todo o Brasil produz.
A faveleira, euforbiácea leguminosa, nativa dos nossos sertões, é, ainda, um diamante bruto da caatinga á espera de lapidação. Ela, sozinha, redimirá o Semi-Árido baiano com a produção de um finíssimo óleo de mesa que substituirá, com vantagens, o óleo de oliva, além da sua excelência como forrageira para caprinos, riquíssima em proteínas. Existem muitas outras riquezas naturais, mas permanecem inexploradas na estática do nada.
Estas potencialidades naturais da região não fazem, entretanto, nenhum progresso sem que haja o empenho da sociedade e dos poderes constituídos. O Semi-Árido setentrional está anos-luz á frente do baiano, preparado para a grande seca e nós aqui no estado da Bahia ainda estamos de calças curtas.
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Vejam os amigos, o que afirmamos sobre a sub-utilização do Rio São Francisco pelo Estado da Bahia.

Precisamos de água nas calhas do Rio Jacuipe e do Rio Itapicuru- Mirim, a partir da transposição do Rio São Francisco até a cidade de América Dourada e o bombeio até a cidade de Morro do Chapéu, que é a nascente dos dois rios.

Existem obras gigantescas no momento sendo executadas no Brasil, com relação custo benefício imensamente menores do que oferecer condição digna de existência a , no momento , mais de 1.000.000 ( Hum milhão ) de habitantes do Estado da Bahia.




TRANSPOSIÇÃO O MAIS BREVE POSSÍVEL. 
PRECISAMOS DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE . 
PRECISAMOS DE MAIS VOZES CHEGANDO AO SENHOR GOVERNADOR. 
A SITUAÇÃO AGRAVA-SE A CADA MOMENTO. 
DENTRO EM BREVE OS CARROS PIPA NÃO TERÃO MAIS DE ONDE APANHAR ÁGUA PARA LEVAR ÀS POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS DO SEMI-ÁRIDO.


DIVULGUEM AMIGOS, A CAUSA É COMUM A TODOS.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mas que COISA. Já tinham pensado nisto ??????

Oi minha gente.

Daqui do blog Bahia de Verdade, uma Feliz Páscoa para todos e que Deus nos mande chuvas urgentemente, enquanto não conseguimos a nossa transposição.

Mas, fazendo um intervalo em todas as nossas preocupações com o estado das" coisas" em nossa região, vamos publicar uma COISA maravilhosa que nos chegou, enviada por uma pessoa das mais lindas e com um espírito também dos mais lindos que conhecemos, que é a cara amiga Beth Tourinho. Tal COISA achada só poderia vir mesmo de alguém que sabe muito das "coisas".

Vejamos o texto:



MAS QUE COISA!
Não sei quem é o autor dessacoisa, mas que é uma coisa legal, é!
A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
Gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha..
Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já."E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. [Incentivando crianças ao uso de baseado???!!!]
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica "O Coisa" em 1943."
A Coisa" é título de romance de Stephen King.
Simone de Beauvoir escreveu "A Força das Coisas", e Michel Foucault, "As Palavras e as Coisas."
Em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)".A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro.
"Mas se ela voltar, se ela voltar / Que
coisalinda / Que coisa louca."Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração",de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Em 1997, a NASA lançou a "Missão Mars Pathfinder", enviando um robô para explorar Marte. O mecanismo foi programado para ser acionado a partir do som de uma música e a escolhida foi um samba de Jorge Aragão/Almir Guineto/Luis Carlos da Vila. Assim, o robô da Nasa, foi "acordado" com a música:
coisinha tão bonitinha do pai...". Lembram?
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruimé o capeta. Coisa boaé a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
Coisa de cinema! "A Coisa" virou nome de filme de Hollywood, que tinha o "seu Coisa" no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: "Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque: "Pra  ver a banda passar / Cantando coisasde amor". Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas.
Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade afinal, "são tantas coisinhasmiúdas".
"Todas as
Coisas e Eu" é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música "Qualquer Coisa", de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisano devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal.
O cheio de
coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa.
Para o pobre, a
coisaestá sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisanenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisavai."Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema "Eu, Etiqueta", Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente."E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas?
Bote uma
coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra:paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisaparecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a
coisa certa e não esqueça o grande mandamento:"AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS".
ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?
Beijo bem coisado no fundo do coração!Piscadela
Beth 
Obrigado, Bethinha.
Outro beijo grande para você.
Fiquem todos em paz.  

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nossa luta pela transposição-17. Seca..., piedade, Senhor!!!!! Novas notícias.

Oi, minha gente.

Publicamos abaixo, algumas notícias que são manchetes em informativos estaduais e nacionais.



02/04/2012 20h34 - Atualizado em 02/04/2012 20h56



Seca atinge mais de dois 



milhões de pessoas na Bahia


Em Irecê as perdas na lavoura passam de 80%.
Para muitas comunidades do sertão da Bahia,

 o caminhão pipa é a única fonte.

Do G1 Ba, com informações do Jornal Nacional
1 comentário
Nos pastos, pouca comida
, o capim já secou. O gado está 
morrendo de fome. O jeito é 
carregar a palha do milho que
 o sol não deixou colher. É assim
que o pecuarista João Farias,
 de 94 anos, tenta salvar os bezerros. "Se o gado enfraquecer e começar a cair,
 tá morto.", diz.

Na região de Irecê, a que mais produz feijão no nordeste, as perdas na lavoura 
passam de 80%. Há escassez de água até no subsolo. Poços artesianos 
secaram. Os que ainda funcionam já dão sinais de que também estão
 se esgotando.
"Se daqui até o dia 10 de abril não chover, pode levantar as mãos para
 o céu e pedir a Deus que tenha piedade de nós", conta o agricultor Assunção Fraga.
Para muitas comunidades do
 sertão da Bahia, o caminhão pipa
é a única fonte. E quem recebe a 
água que ele traz tem a obrigação
 de dividir. O trabalhador rural João
 Souza disse que 40 famílias se 
abastecem em sua casa. “Ao todo são 120, 130 pessoas.
 A água é fraca, mas dá.
 Quando o caminhão demora o povo passa sede."
Na barragem de Mirorós uma reserva acumula 170 milhões de metros 
cúbicos de água. O lago se espalhava por quinze quilômetros. Encolheu
 tanto que não passa de três quilômetros.
"Desde que foi inaugurada, há 28 anos, essa barragem nunca desceu
33 metros. Está muito abaixo até do limite mínimo previsto na régua de
 medição. Hoje, o reservatório tem apenas 8% do volume normal. 
Se descer mais três metros o abastecimento da região entra em colapso"
"Nós temos que ter agora essa prioridade para o abastecimento humano,
 sob pena de interrupção total do fornecimento em no máximo 6 meses.",
 disse o gerente da Embasa, Raimundo Neto.
São 14 cidades atendidas pela barragem. Na maioria dos povoados da 
área, água, só dois dias da semana. O canal que abaste a produção
 irrigada logo vai secar e o fornecimento para os 220 lotes do projeto já foi cortado.
Os produtores colhem os últimos cachos das bananeiras que foram plantadas
no ano passado. Os plantios mais novos não vão produzir.
"A gente tá acostumado a plantar e colher, agora sem água não tem como
 colher.", agricultor Cláudio Pinheiro.
Dos 417 municípios da Bahia, 186 já decretaram situação de emergência.
São mais de 2 milhões de baianos sofrendo com a falta de chuva.

Notícias tristes. Precisamos de soluções definitivas para esse problema secular e cíclico que é a seca.


O Brasil é mundialmente conhecido como o país de maior reserva de água doce do mundo.


 Temos rios maravilhosos que precisam de cuidados, respeito e revitalização.

 Rios esses, que poderiam ter as suas águas transportadas para quaisquer locais 
onde a necessidade fosse absoluta e armazenadas , desde que fossem procedidos 
os estudos necessários e os recursos alocados dentro de um planejamento que, bem executado,
 suprisse as populações desses locais,  em um futuro próximo,amenizando os efeitos
 das estiagens prolongadas. 

Outra notícia:

A infra estrutura de distribuição de água vai se fortalecendo no Estado, fazendo
 com que, se houver uma fonte permanente, segura e confiável de água em cada
 região, ela, com certeza chegará aos lares.
Na outra ponta da notícia, as ações de socorro imediato, que tem de existir agora,
 por falta das grandes obras necessárias e definitivas para uma convivência mais
 amena e eficaz com a seca.
  
E outra:

Bahia vive a pior seca dos últimos anos e número

 de queimadas já é 120% maior que no ano passado




E, a última:



Ubaldino cobra a Wagner as águas 

de Pedras Altas para Valente

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O prefeito de Valente, Ubaldino Amaral
, juntou-se a mais de 200 gestores
 municipais no encontro com o 
Governador Wagner e o Ministro
 da Integração Nacional, 
Fernando Bezerra, promovido
 pela UPB, que aconteceu no
último dia 26 na sede da 
Fundação Luis Eduardo Magalhães
 – FLEM e que resultou na assinatura de três convênios firmados entre os governos estadual e
 federal com o objetivo de combater os efeitos da estiagem que afetam diretamente diversos municípios
 baianos.

As obras foram iniciadas em 2009 com previsão de conclusão em 2011, foi paralisada 
com mais de 90% do projeto executado e segundo informações só será concluída nas 
vésperas das eleições municipais.

O ministro Bezerra garantiu o repasse de R$ 200 milhões, sendo R$ 10 mil destinados 
exclusivamente para os 158 municípios que estão em situação de emergencia
 (R$ 6,5 milhões para obtenção de água, R$ 3,5 mi para compra de cestas básicas). 
O encontro também serviu para firmar o acordo de cooperação técnica para implementação
 do eixo Inclusão Produtiva do Plano Brasil sem Miséria, visando a estruturação e
 dinamização de Arranjos Produtivos Locais (APLs) inseridos nas Rotas de Integração 
Nacional, que está orçada em R$ 71,3 milhões, dos quais cerca de R$ 24 mi serão
 repassados pelo ministério por meio da Secretaria de Desenvolvimento Regional.

Aproveitando a oportunidade, Ubaldino Amaral entregou diretamente ao Governador 
Wagner um documento assinado por ele e endossado pelos vereadores Valentenses, 
 solicitando a retomada das obras que resultará na mudança da fonte de abastecimento
 de água pelos serviços da Embasa. O novo sistema de canalização – que esta
 paralisado –  tem a missão de levar para a adutora do sisal as águas vindouras
 da Barragem de Pedras Altas, que substituirá a atual fonte – Barragem de São José
 do Jacuípe – considerada imprópria para o consumo humano por ter 1,4% de 
salinidade acima da média permitida pelo Ministério da Saúde, 0,5%.

Avaliada em pouco mais de R$ 59 milhões, as obras foram iniciadas em novembro
 de 2009 e estavam previstas para serem concluídas em 2011. Com mais de 90%
 das construções e instalações realizadas, as obras foram paralisadas com plano
 de retomada em junho deste ano.

Para Ubaldino, a retomada e conclusão desta obra ira impactar diretamente e
 de forma bastante positiva nas ações de combate a seca. Segundo o Prefeito, 
com esta realização o Governo Baiano irá disponibilizar água de qualidade para 
os Valentenses e aos mais de 170 mil habitantes da região abastecida pela adutora
 do sisal. Atualmente a Barragem de São José está com apenas 12% da sua 
capacidade de reservas o que tem causado racionamento nos serviços da Embasa,
 contrário a essa realidade que os moradores dos vinte municípios vivem, 
 Pedras Altas tem mais de 70% de seu potencial represado, podendo evitar
 o racionamento e amenizar o sofrimento das mais de 110 comunidades rurais 
que dependem diretamente desse recursos nesses períodos de estiagem.

O Prefeito Ubaldino afirma que se Wagner atender seu pedido, as ações de
 combate a seca serão reduzidas em mais de 60% nos municípios envolvidos
com a adutora do sisal.

Se o Governador resolver concluir esta obra em ação imediata, ele não só
 irá fornecer água de qualidade para os 170 mil baianos como facilitará os
 trabalhos efetuados pelo estado, municípios e exercito para abastecer as
comunidades desabastecidas. Em Valente 70% de todo o município é coberto
 pelo sistema da Embasa, se o fornecimento fosse com os recursos de Pedras
 Altas, o abastecimento com caminhões-pipa seria em apenas 30% e não em 
todo o município.

“Estou sentindo a dor e ouvindo diariamente o clamor dos Valentenses em
 busca de água para beber e por isso estou cumprindo meu dever de buscar
 de todas as formas possíveis as necessidades do povo. Se o meu pedido for
acatado pelo governador, com toda certeza o sofrimento será reduzido em mais
 de 60% e assim poderemos colaborar mais com os impactos nas produções e
criações da agricultura familiar, que é a fonte de renda de boa parte dos munícipes.”
 Falou Ubaldino, que concluiu dizendo: “Peço principalmente por Valente, mas sei
 que se meu pedido for atendido os benefícios que virá para Valente, também irá
para outros 19 municípios. (Fonte: ASCOM/PMV).


Vejam, minha gente.
Se o pleito justo do prefeito da cidade de Valente for atendido e a Barragem de Pedras Altas,
no Rio Itapicuru-Mirim fôr conectada ao sistema atendido pela Adutora do Sisal, quanto tempo
 durará sem a devida reposição das suas águas, realmente hoje de muito melhor qualidade que
 as águas da Barragem João Durval Carneiro, ( São José de Jacuipe), no Rio de Jacuipe, que
atende atualmente toda a região sisaleira e a quase totalidade do Território da Bacia do Jacuipe ?.

Insisto e volto a dizer, que precisamos de uma fonte permanente, segura e confiável
 de água de boa qualidade na região e só a obteremos com a TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO 
RIO SÃO FRANCISCO PARA AS NASCENTES DO RIO JACUIPE E DO RIO ITAPICURU-MIRIM, NAS PROXIMIDADES DA CIDADE DE MORRO DO CHAPÉU.
O FUTURO DIRÁ SE TEMOS RAZÃO.

Fiquem todos em paz.







Contatos pelo e-mail : wlbmascarenhas@hotmail.com


Wilson Mascarenhas é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da UFBA, ex-Prefeito do Município de Várzea da Roça por três mandatos, ex- Vice Presidente Regional da UPB, ex- Secretário do Codes do Território do Jacuipe e ex-membro do Comitê Gestor da Bacia do Rio Paraguaçu- Sub Bacia do Jacuipe.