Nossa luta pela transposição-12 A seca enchendo a mídia.

Oi, minha gente.

Novamente, quando o sertão bahiano se debate em aflição, o fenômeno da seca, esse dragão horroroso que pode demorar, mais um dia vem, enche as páginas dos noticiários e é manchete em todos os horários dos jornais televisivos, motivando um corre corre bravo dos órgãos da defesa civil, da classe política em todos os níveis, enfim,  demonstrando o enorme despreparo para a convivência com um evento  que todos sabem sazonal, um milhão de medidas paliativas, um são francisco de dinheiro gasto em ações com quase nenhuma objetividade, quando todos, minimamente instruidos, conhecem a cartilha de cor:

SECA DA FAMILIA : Essa seca é atroz. Remove todos das suas casas quando não mais se tem onde e a quem recorrer. É a seca do êxodo. Qual a solução? Programa eficaz de cisternagem. Não cisternas eleitoreiras ou caridosas de 15.000 litros ( padrão) porém cisternas que possam abastecer uma família durante 2 anos em suas necessidades imediatas de consumo de água. Por exemplo 50.000 litros , com área de captação adequada, para bem aproveitar o tempo das chuvas, que terminam vindo, pois não há mal que nunca se acabe, e isso sabe bem o sertanejo..

SECA DO REBANHO: Em função da capacidade de suporte  de rebanho da propriedade, dimensionar-se aguadas que possuam volume suficiente para matar a sede do rebanho somadas a taxa de evapo-transpiração local. ( Todos os sertanejos sabem quantos litros bebe uma vaca por dia, uma cabra, uma ovelha, até um cachorro e uma galinha.). Programa continuado e eficiente, atendendo prioritariamente a agricultura familiar e aos pequenos e médio produtores.
Além da aguada da propriedade, os município devem localizar pontos adequados para açudes municipais que possam dar suporte às propriedades, em  casos de estiagens prolongadas.
E, o Estado, preocupar-se com uma fonte maior , segura, confiável e de boa qualidade de água que possa estruturalmente  chegar, de alguma forma, aos reservatórios locais. Já tivemos tempo demais para tudo isso.
Temos mil exemplos de locais do mundo que enfrentam galhardamente essas sazonalidades.

SECA DA PRODUÇÃO: Terrível. Sem o feijão, sem o milho, sem a mandioca, sem o capim para o gado, como viver? Vivemos em um semi-árido de terras rasas, muitas vezes com um elevado teor de sal. Engraçado. Depois que a Nicarágua aprendeu com o CEPATSA , em Petrolina, como fazer barreiros de salvação e barragens subterrâneas de pequeno porte ( e de pequeno custo) e inundou a parte mais seca do país com esses projetos, aprendidos com dedicados técnicos brasileiros, a situação dos sertanejos de lá mudou muito. As secretarias municipais de agricultura e as secretarias estaduais, mais poderosas, poderiam criar grandes " pulmões verdes"( já existe a idéia na Bahia), locais de grande acumulação de gramínias e leguminosas forrageiras, também dimensionadas de acordo com o suporte da região para o seu rebanho, e que seriam locais de aquisição de ração a baixos preços, nos momentos de necessidade ou mesmo para o cotidiano. Soluções......muitas.  Cabeças pensantes e inteligentes nos dirigindo......muitas. Então, porque as coisas que realmente resolvem não se encadeiam? Porque todas as ações cessam ao sinal das primeiras chuvas? Difícil de entender.

Publicamos abaixo uma série de reportagens que estão na mídia.  A seca.........grande astro. Rivaliza no momento com o futebol e o Big Brother.

O conceituado blog Bahia Notícias publicou:

Quinta, 22 de Março de 2012 - 00:46

Deputado cobra medidas de combate à seca na região de Irecê

O deputado estadual Luizinho Sobral (PSC) pediu que o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, apresente informações sobre o andamento da obra de construção da Adutora do São Francisco -  inclusive processo licitatório, custos e prazo de entrega - por causa da iminência de falta de água em Irecê e microrregiões do centro norte baiano. A construção da primeira etapa da adutora começou em 2010 e, em março de 2011, segundo publicação do site Brumado Notícias, a gerência da Embasa na região anunciou que a obra seria concluída em seis meses. O integrante da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos, se sentiu motivado a fazer o pedido por causa das dificuldades enfrentadas pela população de regiões atingidas pela seca. “O Dia Mundial da Água é celebrado mundialmente amanhã (22), entretanto os baianos não têm o que comemorar, afinal, 104 municípios decretaram estado de emergência devido ao flagelo da seca”, lamentou. O parlamentar também solicitou à presidência da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos uma audiência pública para debater as medidas adotadas pelo Governo do Estado no combate à seca em Irecê e microrregiões. O encontro foi marcado para dia 27 de abril.

Também publicou:

Quarta, 21 de Março de 2012 - 22:10

Decreto assinado pelo governador institui comitê de combate à seca

O governador Jaques Wagner assinou, nesta quarta-feira, o Decreto 13.796 que institui o Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate aos Efeitos da Seca. Os trabalhos a serem desempenhados não serão remunerados e o exercício deles será considerado serviço público relevante. O objetivo do comitê é coordenar as atividades desenvolvidas noenfrentamento da seca. Para isso, agirá na indicação de obras e serviços voltados à redução dos danos causados pelo problema, na fiscalização e prestação de assistência às populações e também na articulação com órgãos municipais e federais envolvidos nas ações. A coordenação do comitê ficará a cargo de representantes da Casa Civil. As Secretarias de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, de Desenvolvimento Urbano, do Meio Ambiente, de Desenvolvimento e Integração Regional e de Relações Institucionais também vão compor o comitê.

No mesmo noticiário:

Sábado, 17 de Março de 2012 - 10:44

Presidente da FAEB discute seca com ministro

por Samuel Celestino

Com a forte estiagem que atinge o Estado, a seca já se configura como um dos mais graves problemas deste início de ano no interior da Bahia. De acordo com a Defesa Civil, 86 cidades baianas decretaram, até o momento, situação de emergência por conta da prolongada falta de chuvas. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, João Martins, preocupado com a grave situação vivida por produtores e moradores destas regiões, participou de uma audiência com o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, em Brasília, no último dia 14. O objetivo do encontro, que contou também com a presença de prefeitos, parlamentares e líderes baianos, foi buscar soluções emergenciais para a resolução do problema. Dentre as reivindicações apresentadas pela FAEB, vale destacar: a concessão de créditos de emergência para contratação de serviços, o pedido de compra de ração, transporte de água em carro pipa, abertura de poços e construção de bebedouros, prorrogação de débitos, etc. Em busca de procurar soluções para o problema, também em longo prazo, ainda foi solicitado ao Ministério ações para as regiões que, geralmente, são mais atingidas pela seca, como limpeza e ampliação de aguadas, construção de cisternas de captação e recuperação de lavouras e pastagens

Observem, minha gente.

Todas as medidas solicitadas extremamente úteis para o momento de crise, mas,........todas paliativas.

Temos que gritar e gritar e reclamar. Temos de nos fazer ouvir. PRECISAMOS DE UMA FONTE DE ÁGUA DE BOA QUALIDADE QUE SEJA SEGURA E CONFIÁVEL. E PARA NOSSA REGIÃO ESSA FONTE É O RIO SÃO FRANCISCO.

Hoje já é o dia 22 de março.    DIA MUNDIAL DA ÁGUA.  ÁGUA ....MAIOR BEM DO PLANETA.

Lutemos pela nossa.

Que o Senhor Deus penetre nos corações dos homens e mulheres responsáveis pela condução das nossa vidas e lhes dê discernimento.

Fiquem todos em paz.



Contatos pelo e-mail : wlbmascarenhas@hotmail.com



Wilson Mascarenhas é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da UFBA, ex-Prefeito do Município de Várzea da Roça por três mandatos, ex- Vice Presidente Regional da UPB, ex- Secretário do Codes do Território do Jacuipe e ex-membro do Comitê Gestor da Bacia do Rio Paraguaçu- Sub Bacia do Jacuipe.